sábado, 6 de fevereiro de 2016

A Casa Frigorífico / Fábrica de Gelo da Figueira da Foz

A ideia de uma grande camara frigorífica que pudesse prestar os melhores serviços ao público, precaver a saúde pública e manter os produtos do Mercado Eng. Silva nas melhores condições até serem vendidos, começou a tomar forma por volta de 1940. Recorde-se que os frigoríficos caseiros em Portugal eram raros à data e viam-se unicamente nas casas mais abastadas, só se começando a expandir a meados da década de 50. 
Em 15 de março de 1944 foi constituída a Sociedade por Cotas “Frigorífico da Figueira da Foz, lda.” com 300 contos de capital social após se ter delineado um terreno apropriado à sua laboração. Calcula-se que cerca de três a quatro anos depois foi inaugurado em edifício próprio e construído de raiz para o efeito, em terreno anexo ao Mercado e com comunicação com este.
Esta iniciativa constituiu na altura um grande avanço tecnológico mesmo a nível nacional, e para a Figueira da Foz uma forma de conservação de produtos em segurança e por muito mais tempo. 
A câmara de ovos podiam guardar até 30 mil dúzias de ovos, a de peixe entre 40 a 50 toneladas, e as de carne mais de 60 toneladas, suficiente para o abastecimento da cidade durante um mês.
O peixe pescado pelas traineiras e arrastões que chegavam ao porto podiam entrar a qualquer hora, ficando a aguardar para o dia seguinte a venda na lota à hora habitual, permitindo assim ao respetivo barco abastecer-se de lenha, água e gelo (este fornecido pela Casa Frigorífica) e poder sair na mesma maré. 
A produção de gelo começou nos 4 mil quilos diários, mas com novas máquinas entretanto adquiridas passou-se para os 12 mil quilos em 24 horas. O preço de venda era cerca de metade do vendido cá fora. Os primeiros gerentes do “Frigorífico da Figueira da Foz, Lda” foram Severo Biscaia, José da Cunha Ferreira e António da Silva Roque. 
Nos finais da década de 60 e entrada na década de 70 a utilidade da Casa Frigorífico começou a decair, encerrando definitivamente no início de 1975. 
Para trás ficou vincada mais uma etapa - esta que percorreu 30 anos - da história da Figueira da Foz. (Pesquisa do autor em arquivos da Sala Figueirense da Biblioteca Municipal + testemunhos variados de antigos comerciantes do mercado Eng. Silva)

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